O que é úlcera de pressão?
A úlcera de pressão pode ser chamada de escara de decúbito ou úlcera de decúbito no ambiente hospitalar. No entanto, escara é o nome do conjunto de tecido necrosado que forma uma crosta por cima da úlcera.
As úlceras de pressão constitui uma área de necrose tecidual causada pela compressão de tecido mole entre uma superfície dura e uma região de proeminência óssea. As regiões mais acometidas são as regiões sacral, trocantérica e calcânea.
As úlceras são avaliadas quanto ao tipo de tecido presente nas mesmas e a profundidade dos tecidos da pele que forma acometidos.
Para realizar a classificação das úlceras, é necessário entender a fisiologia e anatomia da pele.
Fisiologia e Anatomia da Pele
A pele é o maior órgão do ser humano representando cerca de 15% de todo o peso corporal, sendo composta por três camadas:
- Epiderme;
- Derme; e
- Hipoderme ou tecido subcutâneo.
A epiderme é a camada mais externa da pele, sem vascularização e formada por várias camadas de células. A sua principal função é a de proteção do organismo, pois impede a entrada de microrganismos ou substâncias químicas com capacidade de agressão celular.
Além disso, a epiderme protege contra a radiação ultravioleta e impede as perda de eletrólitos e fluídos.
Por sua vez, a derme é a camada intermediária da pele. Ela é constituída por tecido fibroso, fibras de colágeno, elásticas e reticulares. Nela está presente os vasos sanguíneos, nervos, glândulas sebáceas, sudoríparas e folículos pilosos.
Já a hipoderme, também chamada de tecido subcutâneo, é a camada mais profunda da pele. Trata-se da nossa reserva de gordura, o nosso tecido adiposo. Tem como funções a reserva de energia, isolante térmico e proteção mecânica, contra os traumatismos externos e pressões.
Quais são as funções da pele?
A pele ajuda no controle da temperatura e fornece uma barreira entre o organismo e o meio ambiente, impedindo a entrada de microrganismos e substâncias químicas.
Os nervos atuam como função sensitiva de calor, frio, pressão, tato e vibração, tão necessária para a vida.
A secreção sebácea é um importante lubrificante, emulsificante, e forma um manto gorduroso na superfície da pele atuando como bactericida e antifúngica.
Além disso, a pele sintetiza vitamina D através da luz solar. A vitamina D tem um papel importante no metabolismo de cálcio no tecido ósseo.
Leia também:
Quais os tipos de cicatrização?
Qual é a classificação das úlceras de pressão?
A classificação das úlceras de pressão leva em consideração o grau de acometimento dos tecidos em, úlceras de 1º, 2º, 3º e 4º graus.
Lesão por pressão estágio 1
Na ferida de grau I, ocorre o eritema não branqueável, ou seja, ao pressionar a área vermelha localizada em uma pele intacta, geralmente localizada em uma região de proeminência óssea, a mesma não se torna esbranquiçada com a pressão.
Normalmente o profissional de saúde pode encontrar dificuldades para diagnosticar úlcera de pressão grau 1 em pessoas negras.
Outra característica desse tipo de lesão, é que a área pode estar dolorosa, dura, mole, quente ou mais fria quando comparada com a pele saudável.
A lesão por pressão grau 1 é um sinal indicativo de que a pessoa está em risco para desenvolver a úlcera propriamente dita.
Em resumo, a lesão por pressão grau 1, apresenta pele íntegra mas com eritema que não faz esbranquiçamento com a realização de pressão.
Lesão por pressão estágio 2
A úlcera por pressão grau 2 envolve a perda parcial da espessura da pele. Pode envolver a epiderme, a derme ou ambas. A lesão é superficial e se apresenta como uma bolha (flictena), abrasão ou cratera rasa. A flictena pode estar aberta ou fechada preenchida com um líquido seroso.
No leito da ferida é observado uma cor vermelho-rosa sem a presença de tecido morto, com aspecto brilhante.
Caso haja equimose, ou seja, quando é observado uma cor escura, isto é indicativo de que a ulcera está acometimento outras camadas mais profundas e assim, com certeza ela não é apenas uma úlcera de 2º grau.
Em resumo, a lesão por pressão grau 2, atinge epiderme e derme, cuja úlcera é superficial e apresenta-se sob a forma de escoriação ou bolha (flictena).
Lesão por pressão estágio 3
Há perda total da espessura do tecido. Pode ser observado o tecido subcutâneo, porém não há exposição de músculos, tendões ou ossos.
Pode ser observado um tecido desvitalizado, porém sem ocultar a profundidade dos tecidos acometidos. As úlceras de pressão grau 3 podem ser cavitadas e fistuladas.
A profundidade da ulcera provocada por pressão na categoria 3 varia de acordo com a sua localização anatômica.
Nas regiões de asa do nariz, orelhas, região occiptal e maléolos, as ulceras de pressão são superficiais pois nesses locais não há tecido subcutâneo.
Já em locais que apresentam grande quantidade de tecido adiposo, essas úlceras são profundas.
Em resumo, a lesão por pressão grau 3, acomete epiderme, derme e tecido subcutâneo.
Lesão por pressão grau 4
A lesão por pressão grau 4 são úlceras que provocaram a perda da espessura total do tecido da pele e além disso, há exposição de músculos, tendões ou ossos.
Em algumas partes das lesões podem ocorrer tecido desvitalizado ou necrose.
Quando a úlcera acomete o tecido ósseo, a osteomielite torna-se uma importante complicação dessas feridas.
Em resumo, na lesão por pressão grau 4, há comprometimento da epiderme, derme, tecido subcutâneo, e também de músculos, tendões ou ossos.
Úlcera de pressão que não podem não ser classificada
Quando o leito da ferida está coberto por tecido desvitalizado (cor amarelo, cinzento, acastanhado, verde ou castanho) ou por tecido necrótico (cor preto, castanho ou amarelo escuro) não é possível avaliar a profundidade da lesão, não é possível classificar as úlceras;
Nesse sentido, é necessário remover o tecido desvitalizado ou necrótico para expor o leito da úlcera e assim, conseguir avaliar a verdadeira profundidade e realizar a classificado do grau.
O processo de retirada da escara, é chamado de escarificação ou desbridamento.
Se você gostou do artigo, compartilhe nas suas redes sociais!
Bons estudos!