Você sabe quais são os tipos de cicatrização de feridas?
Quando sofremos uma ferida, nosso corpo inicia um processo de cicatrização para fechá-la e recuperar a pele.
Existem três maneiras principais de cicatrização de feridas, dependendo do tamanho da ferida e da presença de infecção.
Quais são os tipos de cicatrização de feridas?
Os tipos de cicatrização de feridas são por primeira, segunda e terceira intenção.
Vamos ver cada uma delas nas próximas linhas.
Primeira intenção
Imagine que você tem um pequeno corte e vai ao médico ou enfermeiro, que cuida dele com suturas, grampos ou adesivos para juntar as bordas da pele.
Nesse caso, é a chamada cicatrização por primeira intenção.
O ferimento é limpo, e a pele é aproximada e fechada de forma muito próxima à aparência original.
Não há infecção significativa e o processo de cicatrização é mais rápido. Não se forma muito tecido novo durante esse processo.
Exemplos de feridas de Primeira Intenção
Dentre os tipos de cicatrização de feridas, as feridas de primeira intenção, também conhecidas como feridas limpas, são aquelas em que as bordas da lesão estão bem aproximadas, com pouco ou nenhum espaço entre elas, permitindo um processo de cicatrização mais direto e rápido.
Essas feridas geralmente ocorrem em cirurgias e incisões controladas, onde os tecidos são dispostos de forma ordenada para facilitar a cicatrização.
Aqui estão alguns exemplos comuns de feridas de primeira intenção:
Incisão cirúrgica
Qualquer procedimento cirúrgico que envolva um corte planejado na pele resultará em uma ferida de primeira intenção. Por exemplo, cirurgias de apêndice, cesarianas, cirurgias ortopédicas ou cardíacas, entre outras.
Suturas
Qualquer ferida que seja fechada com suturas, pontos ou grampos para trazer as bordas da pele juntas, como após a remoção de um cisto ou tumor benigno.
Feridas pequenas do dia a dia
Pequenos cortes ou abrasões que podem ocorrer ao realizar atividades cotidianas, como cortar-se ao preparar alimentos, ou ao sofrer arranhões leves.
Punções ou venopunções
Alguns exames de sangue ou procedimentos médicos podem envolver punções ou venopunções, onde uma agulha é usada para coletar sangue ou administrar medicamentos.
Se o ponto de inserção for bem cuidado e fechado adequadamente, a cicatrização pode ocorrer por primeira intenção.
É importante lembrar que a cicatrização de feridas de primeira intenção é facilitada quando há uma boa aproximação das bordas da ferida, mantendo-as limpas e protegidas contra infecções.
Também é comum que feridas de primeira intenção resultem em cicatrizes mais finas e menos visíveis, quando o processo de cicatrização ocorre de forma adequada.
Sempre siga as orientações médicas para cuidar de qualquer tipo de ferida, independentemente da sua gravidade, para garantir uma recuperação adequada.
Segunda Intenção
Agora, pense em uma ferida maior, como um corte profundo ou uma úlcera de pressão.
Às vezes, não é possível fechar essa ferida diretamente com pontos ou grampos porque ela é muito extensa ou pode estar contaminada com bactérias.
Então, a ferida é deixada aberta para cicatrizar de dentro para fora.
Ela começa a se encher com uma espécie de “tecido temporário” chamado de tecido de granulação, que ajuda a preencher o espaço vazio.
A pele começa a se contrair e se fechar lentamente, formando uma cicatriz mais proeminente.
Exemplos de feridas de segunda intenção
Dentre os tipos de cicatrização de feridas, a cicatrização de segunda intenção é aquele que ocorre quando as bordas da ferida não podem ser fechadas diretamente ou quando há perda de tecido significativa, levando a um processo de cicatrização mais demorado e complexo.
Nesses casos, a ferida cicatriza gradualmente de baixo para cima, preenchendo o espaço aberto com tecido de granulação e, eventualmente, sendo coberta por tecido epitelial.
As feridas de segunda intenção são mais comuns em lesões traumáticas, úlceras crônicas ou após a remoção cirúrgica de tecidos infectados ou necróticos.
Aqui estão alguns exemplos:
Úlceras de pressão
São feridas que se desenvolvem devido à pressão constante em áreas do corpo com ossos proeminentes, como calcanhares, cotovelos, sacro e região lombar.
Quando não são tratadas adequadamente, essas úlceras podem evoluir para feridas de segunda intenção.
Queimaduras profundas
Queimaduras de terceiro grau ou profundas que danificam a pele, tecidos subcutâneos e, às vezes, até os músculos podem requerer cicatrização por segunda intenção.
Essas feridas não podem ser fechadas diretamente e, muitas vezes, requerem enxertos de pele para auxiliar na cicatrização.
Feridas infectadas
Quando uma ferida se torna infectada, pode ser necessário remover tecido necrótico e infectado antes de fechá-la.
Isso pode levar a uma cicatrização de segunda intenção, pois a área afetada precisa ser limpa e o processo de cicatrização começa a partir de um estado menos favorável.
Feridas de excisão ampla de tumores malignos
A remoção cirúrgica de tumores malignos, especialmente quando envolve uma grande área de tecido, pode levar a feridas que cicatrizam por segunda intenção.
O objetivo é garantir que todas as células cancerígenas sejam removidas, mas isso pode resultar em uma ferida significativa que requer cicatrização gradativa.
Lesões traumáticas extensas
Acidentes ou traumas que causem grandes lacerações ou perda de tecido podem exigir cicatrização de segunda intenção.
As bordas das feridas podem ser muito irregulares ou não se aproximar adequadamente, tornando necessária a formação de tecido de granulação para preencher a lacuna.
Em geral, a cicatrização de segunda intenção é mais demorada e requer cuidados e acompanhamento cuidadosos para garantir que o processo ocorra corretamente e reduza o risco de infecções.
A aplicação de curativos adequados e o controle de infecções são essenciais para promover uma cicatrização adequada em feridas de segunda intenção.
Sempre consulte um profissional de saúde para avaliação e tratamento adequados em casos de feridas de qualquer natureza.
Terceira Intenção (fechamento primário retardado)
Às vezes, a ferida é tratada inicialmente de forma aberta, especialmente se houver infecção presente.
Isso é feito para controlar a infecção primeiro e limpar a ferida adequadamente.
Após esse tratamento inicial, as bordas da ferida são aproximadas e suturadas.
Esse método combina elementos da primeira e segunda intenções.
O processo de cicatrização então segue de forma mais rápida do que a segunda intenção, mas ainda pode levar mais tempo do que a primeira intenção.
Exemplos de feridas de terceira intenção
Dentre os tipos de cicatrização de feridas, a cicatrização de terceira intenção é aquele que ocorre quando há um atraso intencional na aproximação das bordas da ferida, permitindo que ela cicatrize parcialmente por segunda intenção antes de ser fechada cirurgicamente em uma data posterior.
Isso é feito em casos onde a ferida é muito extensa, contaminada ou quando há risco de infecção.
Aqui estão alguns exemplos de situações em que a cicatrização de terceira intenção pode ser aplicada:
Infecções graves
Quando uma ferida está altamente contaminada ou infectada, é preferível deixá-la aberta inicialmente para permitir que a infecção seja controlada antes do fechamento cirúrgico.
Isso ajuda a reduzir o risco de complicações relacionadas à infecção.
Feridas com grandes áreas de perda de tecido
Em algumas lesões traumáticas ou cirurgias, pode haver uma grande perda de tecido que torna difícil a aproximação imediata das bordas da ferida.
Nesses casos, a cicatrização de terceira intenção pode ser adotada para permitir que a ferida se cure parcialmente antes de ser fechada cirurgicamente em uma data posterior.
Feridas com risco de deiscência
Deiscência é o termo médico usado para descrever a ruptura dos pontos de sutura ou grampos após uma cirurgia.
Quando há risco de deiscência, a cicatrização de terceira intenção pode ser uma abordagem prudente para permitir que a ferida se fortaleça e se cure antes de ser fechada definitivamente.
Feridas em pacientes debilitados ou com problemas de saúde subjacentes
Em pacientes com condições médicas que podem afetar negativamente a cicatrização, como diabetes ou doenças vasculares, a cicatrização de terceira intenção pode ser preferida para minimizar os riscos e melhorar a recuperação.
Feridas com alto risco de complicações
Em algumas cirurgias reconstrutivas ou procedimentos complexos, os cirurgiões podem optar por deixar a ferida aberta temporariamente para avaliar o progresso da cicatrização e reduzir o risco de complicações antes de realizar o fechamento definitivo.
É importante lembrar que a decisão de usar a cicatrização de terceira intenção é tomada pelos profissionais de saúde com base na avaliação da ferida e nas condições específicas de cada paciente.
A abordagem de cicatrização escolhida dependerá da extensão da lesão, do risco de complicações, da saúde geral do paciente e de outros fatores clínicos relevantes.
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Conclusão Sobre os Tipos de Cicatrização de Feridas
É importante que os enfermeiros saibam identificar o tipo de cicatrização de uma ferida para fornecer os cuidados adequados.
Cada um dos tipos de cicatrização de feridas, requer atenção e tratamentos específicos.
Isso ajuda na recuperação do paciente e na prevenção de complicações.
Lembre-se de sempre seguir as diretrizes e boas práticas de cuidados de feridas para garantir uma cicatrização adequada e reduzir riscos de infecção.
O que você achou do nosso artigo “tipos de cicatrização de feridas”?