A Resolução COFEN Nº 0619/2019 estabelece que a sondagem Nasoenteral corresponde ao ato de conduzir a sonda nasoenteral flexível através das vias nasais, esôfago, estômago e intestino delgado.

Esse processo viabiliza uma rota segura e minimamente invasiva para a administração de alimentação, hidratação e medicação..

Materiais Necessários para a Introdução da Sonda Nasoenteral

A sondagem nasoenteral é um procedimento essencial na prática de enfermagem, frequentemente utilizado para fornecer nutrição, medicamentos e cuidados específicos aos pacientes que necessitam de suporte enteral.

O sucesso desse procedimento está intrinsecamente ligado à utilização adequada e cuidadosa dos materiais envolvidos.

Nas próximas linhas, serão detalhados os principais materiais essenciais para a execução segura e eficaz da sondagem nasoenteral.

Sonda Nasoenteral com Fio Guia (Mandril)

A sonda nasoenteral é o dispositivo central na sondagem nasoenteral, permitindo a introdução segura e direcionada da sonda pelo trato digestivo do paciente.

O fio guia, também conhecido como mandril, acompanha a sonda, auxiliando na sua inserção e proporcionando orientação durante o procedimento.

Seringa de 20 ml

A seringa de 20 ml é utilizada para injetar líquidos, como água, na sonda, garantindo sua lubrificação adequada e facilitando a passagem pela cavidade nasal e trato digestivo.

Copo com Água

O copo contendo água é empregado para a imersão da ponta da sonda, contribuindo para sua lubrificação adicional e minimizando o atrito durante a passagem pela via nasoenteral.

Gaze e Benzina

A gaze é empregada para a higienização das narinas do paciente, enquanto a benzina é utilizada para limpar a área ao redor do nariz e testa, assegurando a limpeza e a assepsia da região.

Toalha de Rosto

A toalha de rosto é utilizada para proteger a região torácica do paciente durante o procedimento, prevenindo o contato direto com a pele e mantendo um ambiente limpo.

Xylocaína Gel

O gel de xylocaína, anestésico tópico, é aplicado nas narinas do paciente antes da inserção da sonda. Essa medida visa minimizar o desconforto e a irritação durante o procedimento.

Fita Adesiva

A fita adesiva é empregada para marcar a profundidade de inserção desejada da sonda, auxiliando na garantia de sua posição correta.

Estetoscópio

O estetoscópio desempenha um papel crucial ao permitir a ausculta de sons no abdômen, auxiliando a equipe de enfermagem a verificar a localização adequada da sonda no trato digestivo.

Biombo S/N

O biombo é utilizado para conferir privacidade ao paciente e ao profissional de saúde durante o procedimento, criando um ambiente de respeito e conforto.

Luvas de Procedimento

As luvas de procedimento são essenciais para manter a assepsia e garantir a proteção tanto do paciente quanto do profissional de enfermagem.

Sacos para Lixo

Os sacos para lixo são empregados para descartar adequadamente os materiais utilizados durante o procedimento, mantendo o ambiente organizado e livre de resíduos.

A cuidadosa seleção e manipulação desses materiais são cruciais para o sucesso da sondagem nasoenteral, contribuindo para a segurança, conforto e eficácia do procedimento.

A compreensão detalhada da função e aplicação de cada material é essencial para a prestação de cuidados de qualidade aos pacientes que necessitam desse procedimento.

Passos a passo:

  1. Elevar a parte superior da cama (posição Fowler a 45 graus) com a cabeceira inclinada para a frente ou posicionar o paciente em decúbito dorsal horizontal, com a cabeça virada para o lado;
  2. Cobrir o tórax com uma toalha e higienizar as narinas usando uma gaze;
  3. Realizar a limpeza do nariz e da testa com gaze embebida em benzina, a fim de remover a oleosidade da pele;
  4. Mensurar a sonda, iniciando do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e continuando até a base do apêndice (adicionar 10 cm extra);
  5. Marcar o local com um adesivo;
  6. Colocar luvas de proteção;
  7. Injetar água na sonda utilizando um mandril;
  8. Imersar a extremidade da sonda em um copo com água para proporcionar lubrificação;
  9. Introduzir cuidadosamente a sonda por uma das narinas, instruindo o paciente a engolir conforme avança – parar na marca indicada pelo adesivo;
  10. Aguardar o deslocamento da sonda até o duodeno; encaminhar o paciente para a realização de um Raio-X, a fim de confirmar a posição correta da sonda;
  11. Retirar o fio-guia após a confirmação da passagem adequada;
  12. Monitorar a ocorrência de sinais como cianose, dificuldade respiratória e tosse.

Para assegurar a correta posição da sonda nasoenteral

  1. Insuflar 20 ml de ar pela sonda e escutar com um estetoscópio na região da base do apêndice xifóide, atentando aos ruídos hidroaéreos;
  2. Imergir a extremidade da sonda em um recipiente com água – se ocorrer efervescência, indica deslocamento para a traqueia, requerendo remoção imediata;
  3. Sempre que a sonda for desacoplada para qualquer procedimento, flexioná-la para prevenir a entrada indesejada de ar;
  4. Fechar a sonda ou conectá-la ao recipiente coletor apropriado;
  5. Estabilizar a sonda sem exercer tensão sobre a narina;
  6. Posicionar o paciente em decúbito lateral direito, a fim de facilitar o avanço da sonda até o duodeno através dos movimentos peristálticos gástricos.

Quais profissionais são autorizados a realizar a sondagem nasoentérica?

A condução do processo de inserção da Sonda de Alimentação por Via Nasoentérica pelo profissional de enfermagem é regulamentada pela Resolução Nº 619/2019 do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).

Esta resolução estabelece as diretrizes essenciais que a equipe de enfermagem deve seguir ao realizar as técnicas de sondagem orogástrica, nasogástrica e nasoentérica.

O principal objetivo é garantir a segurança do paciente durante todo o procedimento de sondagem, independentemente da finalidade.

A Resolução Nº 619/2019 do Cofen delinea as responsabilidades do enfermeiro e dos outros profissionais da equipe de enfermagem no cuidado ao paciente que necessita ou receberá esse procedimento.

Compete ao Enfermeiro:

  • Selecionar o diâmetro apropriado da sonda nasoenteral, de acordo com a prescrição médica;
  • Determinar o acesso enteral, seja por via oral/nasogástrica ou transpilórica, com base na finalidade específica (alimentação, administração de medicamentos, lavagem, drenagem de líquidos ou ar, coleta de material gástrico e exames diagnósticos);
  • Realizar os testes necessários para confirmar a trajetória da sonda;
  • Requisitar e encaminhar o paciente para exame radiológico, especialmente para confirmar a localização da sonda em casos de sondagem nasoentérica;
  • Assegurar a manutenção da via de acesso;
  • Coordenar a troca das sondas e dos equipamentos de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Comitê de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) da instituição;
  • Elaborar as prescrições de cuidados de enfermagem;
  • Documentar todas as ocorrências e informações relevantes referentes ao procedimento no prontuário do paciente;
  • Contribuir no processo de seleção dos materiais a serem adquiridos pela instituição;
  • Manter-se atualizado e conduzir treinamentos para os técnicos de enfermagem, respeitando suas competências legais.

Responsabilidades atribuídas ao Auxiliar ou ao Técnico de Enfermagem:

  1. Assistir o enfermeiro na realização do processo de sondagem orogástrica/nasoenteral;
  2. Administrar os cuidados gerais ao paciente conforme a prescrição de enfermagem ou o protocolo estabelecido;
  3. Informar prontamente o Enfermeiro sobre quaisquer complicações decorrentes do procedimento;
  4. Registrar de maneira clara, precisa e pontual as intervenções realizadas no prontuário do paciente;
  5. Participar ativamente das sessões de atualização profissional.

A administração de alimentação por sonda é viável tanto em ambiente hospitalar quanto em centros de reabilitação, unidades especializadas em enfermagem e cuidados domiciliares.

Evidências emergentes ressaltam os notáveis benefícios da nutrição enteral comparativamente à nutrição intravenosa, no entanto, esse tópico será abordado posteriormente.

A tendência em constante crescimento em relação à nutrição enteral demanda que os enfermeiros compreendam a importância, os fatores de risco, a posição adequada do paciente e a correta inserção do tubo.

Esse conhecimento capacitará o enfermeiro ou o profissional de saúde a oferecer cuidados excepcionais ao paciente, o que, por sua vez, aprimorará os desfechos clínicos.

A Resolução Nº 619/2019 do Conselho Federal de Enfermagem conclui seu texto estabelecendo que a passagem de Sonda Nasoenteral  ou Orogástrica deve ocorrer no âmbito do Processo de Assistência de Enfermagem, seguindo as orientações delineadas pela Resolução Cofen nº 358, datada de 15 de outubro de 2009, assim como pela Resolução Cofen nº 429, emitida em 30 de maio de 2012. Ademais, deve estar em consonância com os princípios intrínsecos à Política Nacional de Segurança do Paciente do Sistema Único de Saúde (SUS).

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Referência Bibliográfica

Anexo da resolução Cofen nº 0619/2019 – Normas para atuação da equipe de enfermagem na Sondagem oro/nasogástrica e Nasoentérica. Disponível em <http://www.cofen.gov.br/>. Acesso em 22 de set. de 2022.

UFSC. Hospital Universitário – Universidade Federal de Santa Catarina. Procedimentos Operacionais
Padarão: Divisão de Enfermagem – Gerência de Atenção á Saúde – Florianópolis: EBSERH – Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares, 2019.

SILVEIRA, Gercilene Cristiane. Universidade Estadual Paulista“Júlio de Mesquita Filho’’. Passagem de sonda
nasoenteral: manual operacional Hospital de Misericórdia de Jahu. Botucatu;UNESP, 2018.

 

 

 

Marcus Vinícius

Marcus Vinícius é um enfermeiro dedicado e apaixonado pela área da saúde mental. Ele nasceu e cresceu em Lagoa da Prata, uma cidade encantadora no coração de Minas Gerais, Brasil. Desde cedo, Marcus demonstrou interesse em ajudar os outros e escolheu seguir uma carreira que lhe permitisse fazer a diferença na vida das pessoas. Marcus concluiu sua formação em Enfermagem pela Universidade de Uberaba em 2010, onde adquiriu uma base sólida de conhecimentos e habilidades necessárias para atuar na área de saúde. Sua determinação e dedicação aos estudos o destacaram como um aluno exemplar, e ele se formou com excelência acadêmica. Logo após sua graduação, Marcus decidiu se especializar em Enfermagem Psiquiátrica, reconhecendo a importância do cuidado e tratamento das doenças mentais. Sua busca contínua por conhecimento e aprimoramento o levou a adquirir uma expertise significativa nesse campo em constante evolução. Desde 2011, Marcus Vinícius ocupa a posição de Supervisor do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em Lagoa da Prata. Nessa função crucial, ele não apenas exerce suas habilidades de enfermagem, mas também desempenha um papel fundamental na coordenação de uma equipe multidisciplinar composta por médicos psiquiatras, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais. Juntos, eles trabalham incansavelmente no tratamento de doenças mentais graves que afetam a população do município. Além de sua dedicação aos pacientes e à equipe do CAPS, Marcus também se destaca por sua presença online. Ele é o criador e proprietário do canal no YouTube "Enfermagem Esquematizada", onde compartilha seu conhecimento especializado de maneira clara e acessível. Seus vídeos informativos e educacionais têm ajudado inúmeros estudantes e profissionais da área de enfermagem a aprimorar suas habilidades e ampliar seus conhecimentos. Marcus Vinícius também é responsável pelos sites www.enfermagemesquematizada.com.br e www.abcdaenfermagem.com.br, que servem como plataformas abrangentes para recursos e informações valiosas na área de enfermagem. Essas iniciativas digitais demonstram seu compromisso em compartilhar conhecimento e promover o avanço da enfermagem como um todo. Com uma carreira repleta de realizações e um compromisso inabalável com a saúde mental, Marcus Vinícius continua a desempenhar um papel essencial na melhoria da qualidade de vida das pessoas em sua comunidade. Sua paixão pela enfermagem e sua dedicação inabalável aos cuidados com a saúde mental fazem dele um profissional exemplar e inspirador.

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