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Como funciona o pré natal? Quem faz, Como e onde fazer?

Como funciona o pré natal? Quem faz, Como e onde fazer?

Pré-natal é acolher a mulher desde o início da gravidez, assegurando, ao fim da gestação, o nascimento de uma criança saudável e a garantia do bem-estar materno e neonatal.”(BRASIL, 2012).

E que é esse “acolher”:

Na visão de Brasil (2012), acolhimento da gestante implica ao profissional responsabilizar-se por um cuidado integral a partir de uma escuta de angústias, tristezas, medos e outros sentimentos possibilitando o vínculo e a avaliação de vulnerabilidades que por ventura possam vir a oferecer risco para a criança ou para a gestante.

Tão logo é diagnosticada a gestação, esta deverá ser, imediatamente, acolhida no pré-natal.

Assim, na primeira consulta de pré-natal, e em todas as outras, o profissional de saúde deve avaliar o risco gestacional e classificar a gestação em baixo ou alto risco para o bebê e para a gestante.

Quando deve começar a fazer o pré-natal?

O pré-natal inicia-se na consulta de acolhimento da mulher após o diagnóstico de gravidez indo até 42 dias após o nascimento da criança, quando acontecerá a primeira consulta de puerpério.

Qual o objetivo do pré natal?

O pré natal apresenta os seguintes objetivos:

  1. Diagnóstico precoce de gravidez;
  2. Prevenção e identificação das situações de alto risco.

O Ministério da Saúde (2012) recomenda que seja feita a captação precoce da gestante com até 120 dias de gravidez.

O diagnóstico precoce possibilitará que as ações educativas e diagnósticas de situações de risco sejam realizadas o mais breve possível reduzindo significativamente as chances de adoecimento e morte materna e fetal.

Leia também os artigos sobre:

Como realizar o diagnóstico de gravidez?

Você sabe calcular a data provável do parto?

Quem faz o pré natal?

São responsáveis pelo pré-natal:

  • Enfermeiro e;
  • Médico da Unidade Básica de Saúde.

Importante mencionar que não há uma hierarquia entre o médico e o enfermeiro. O enfermeiro poderá realizar o diagnóstico de gravidez bem como as consultas de pré-natal e solicitação de exames assim como o médico também. Nestes sentido, os saberes deverão se complementar no atendimento à gestante.

Como funciona o pré natal dentro do SUS?

O pré-natal no SUS é direito de toda gestante independente de classe social, cor da pele ou crença.

As Unidades Básicas de Saúdes (UBS) e as Equipes de Saúde da Família (ESF) fazem parte da estratégia de atenção à saúde do Sistema único de Saúde (SUS) obedecendo aos seus princípios doutrinários e organizados de regionalização, hierarquização e a integralidade.

Neste sentido, todo o município deverá ser organizado em distritos sanitários de acordo com o perfil epidemiológico da população. O distrito sanitário poderá ser um bairro ou mais bairros, desde que o quantitativo populacional recomendado pelo Ministério da Saúde seja de até 4000 pessoas por UBS. Em cada distrito haverá uma Unidade Básica de Saúde com a finalidade de oferecer o atendimento de qualidade e gratuito para a população de sua área de abrangência.

Toda gestante terá direito de realizar o pré-natal integralmente na sua Unidade Básica de Saúde. Se por algum motivo, houver falta de cobertura da Atenção Primária no seu bairro, a gestor local será responsável por providenciar a atenção pré-natal de que necessita por outro meio.

Vamos aos passos do pré-natal:

  1. Acolhimento da Queixa da Mulher: Amenorréia, dor nas mamas e outros;
  2. Atraso menstrual de mais de 15 dias: Oferecer o Teste Imunológico de Gravidez (BHCG); ou atraso menstrual maior que 12 semanas fazer ausculta com o Sonnar Doppler. Unidades que não dispõem do Sonar, fazer ausculta somente a partir de 20 semanas;
  3. Gravidez confirmada: solicitar exames, fazer teste rápido de HIV e sífilis, preenchimento SISPRENATAL, cartão da gestante, prontuário;
  4. Avaliação do Risco Gestacional e referenciar a gestante para o pré-natal de alto risco se necessitar;
  5. Fazer a programação do calendário de consultas.

Qual o número mínimo de consultas de pré-natal recomendado pelo Ministério da Saúde?

O Ministério da Saúde recomenda o mínimo de 6 consultas sendo 1 consulta no primeiro trimestre, 2 consultas no segundo trimestre e 3 consultas no terceiro trimestre sendo que:

  • Até a 28ª semana, as consultas deverão ser mensais;
  • Da 28ª até 36ª semana deverá ser quinzenais;
  • Da 36ª até a 41ª semana deverá ser semanal.

Se o parto não ocorrer até 41ª semana, a gestante deverá ser encaminhada para a avaliação do bem-estar fetal no Centro de Referência.

Quando termina o pré natal?

O acompanhamento do pré-natal só se encerra após o 42º dia de puerpério, período em que a primeira consulta puerperal deverá acontecer.

Agora que tivemos uma noção de como funciona o pré natal, vamos falar onde fazermos o pré natal de acordo com a classificação de risco.

Onde fazer o pré natal?

O pré natal pode ser realizado tanto na iniciativa privada quanto pelo SUS.

E dentro do SUS, a local de realização do pré natal é determinado de acordo com a classificação de risco que a gestante recebeu na consulta de acolhimento ou em qualquer outra consulta.

Assim, o pré-natal é classificado em:

  • Baixo Risco;
  • Risco Potencial;
  • Alto Risco;
  • Urgência/emergência obstétrica

O que é o pré natal de baixo risco?

O Pré-natal de baixo risco é caracterizado pela inexistência de fatores de risco para a gravidez.

Nas consultas são avaliados os fatores de risco que podem fazer a gestante ou o feto adoecer.

Esses fatores de risco são aqueles que trazem para a gestante a probabilidade de desenvolver ao longo da gestação doenças relativas às suas características individuais e sociodemográficas, história reprodutiva anterior como macrossomia fetal e condições relacionadas à gravidez atual como anemia, infecção urinária e ganho ponderal inadequado.

O pré-natal de baixo risco é realizado na Atenção Primária com no mínimo 6 consultas durante toda a gestação.

O que é o pré-natal de alto risco?

Já o Pré-natal de alto risco é aquele oferecido à gestante que apresenta patologias clínicas que podem em algum momento levar ao sofrimento materno e fetal.

Assim, gestante diabéticas e com asma brônquica podem ser consideradas como gestantes de risco.

Quando a gestante apresenta condições clínicas que envolve sofrimento fetal e materno com riscos de morte deverá ser considerado urgência ou emergência obstétricas.

Quais são as gestantes que deverão realizar o pré natal de alto risco?

É encaminhado ao pré-natal de alto risco, a gestante que:

  • Tenha idade maior que 35 anos ou idade menor que 15 anos, ou menarca com menos de 2 anos;
  • Tenha peso corporal abaixo de 45 kg ou maior que 75 kg, ou IMC menor do que 19 ou maior do que 30;
  • Apresente anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos;
  • Tenha situação conjugal insegura ou conflitos familiares;
  • Tenha baixa escolaridade;
  • Apresente condições ambientais desfavoráveis;
  • Dependente de drogas lícitas, ilícitas;
  • Fuma ou usa álcool;
  • Trabalha em ambiente que oferece risco devido ao excesso de esforço físico, grande carga horária, rotatividade de horários, estresse, exposição a agentes biológicos nocivos, químicos e físicos;
  • Tenha histórico de aborto habitual;
  • Tenha histórico de morte perinatal;
  • Tenha histórico de recém-nascido com crescimento restrito ou malformado;
  • Tenha infertilidade ou esterilidade;
  • Tenha histórico de parto pré-termo anterior;
  • Tenha intervalo interpartal menor do que dois anos e maior do que cinco anos;
  • É nulípara ou tenha grande multiparidade;
  • Tenha histórico de síndrome hemorrágica ou hipertensiva na gravidez anterior;
  • Tenha histórico de diabetes gestacional na gravidez anterior;
  • Tenha histórico de cirurgia uterina ou duas ou mais cesáreas anteriores;
  • Tenha tido diagnóstico de doenças na gravidez atual como, cardiopatias, hipertensão arterial, pneumopatias, nefropatias, diabetes, doenças da tireoide, hemopatias, epilepsia, infecciosas, doenças autoimunes, ginecopatias e neoplasias.

Além disso, caso a gestante acompanhada no pré-natal de baixo risco apresentar alguma das condições abaixo, também deverão ser encaminhadas ao pré-natal de alto risco.

São eles:

  • Exposição a fatores teratogênicos;
  • Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada;
  • Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico;
  • Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada;
  • Pré-eclâmpsia e eclâmpsia;
  • Ganho ponderal inadequado;
  • Amniorrexe prematura;
  • Diabetes gestacional;
  • Insuficiência istmo-cervical;
  • Hemorragias da gestação;
  • Insuficiência istmo-cervical;
  • Aloimunização;
  • Óbito fetal.
  • Doenças infectocontagiosas como ITU, doenças do trato respiratório, rubéola, toxoplasmose e outras;
  • Doenças clínicas diagnosticadas pela primeira vez nessa gestação como cardiopatias, endocrinopatias e outras.

Importante: Mesmo a gestante realizando o pré-natal de alto risco na Unidade de Referência, a UBS continuará acompanhando a paciente realizando visitas domiciliares, consultas complementares, imunização e outros procedimentos necessários.

Portanto, não é difícil entender como funciona o pré natal.Tenho certeza que você já adquiriu uma base inicial para você absorver com mais eficácia os próximos artigos do blog sobre o pré natal com foco em concursos públicos.

Obrigado e bons estudos!

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção à saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao Pré-natal de baixo risco. Série A. Normas e Manual Técnico, Caderno de Atenção Básica nº 32. Brasília, 2012. 320 p.

Marcus Vinícius

Marcus Vinícius é um enfermeiro dedicado e apaixonado pela área da saúde mental. Ele nasceu e cresceu em Lagoa da Prata, uma cidade encantadora no coração de Minas Gerais, Brasil. Desde cedo, Marcus demonstrou interesse em ajudar os outros e escolheu seguir uma carreira que lhe permitisse fazer a diferença na vida das pessoas. Marcus concluiu sua formação em Enfermagem pela Universidade de Uberaba em 2010, onde adquiriu uma base sólida de conhecimentos e habilidades necessárias para atuar na área de saúde. Sua determinação e dedicação aos estudos o destacaram como um aluno exemplar, e ele se formou com excelência acadêmica. Logo após sua graduação, Marcus decidiu se especializar em Enfermagem Psiquiátrica, reconhecendo a importância do cuidado e tratamento das doenças mentais. Sua busca contínua por conhecimento e aprimoramento o levou a adquirir uma expertise significativa nesse campo em constante evolução. Desde 2011, Marcus Vinícius ocupa a posição de Supervisor do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em Lagoa da Prata. Nessa função crucial, ele não apenas exerce suas habilidades de enfermagem, mas também desempenha um papel fundamental na coordenação de uma equipe multidisciplinar composta por médicos psiquiatras, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais. Juntos, eles trabalham incansavelmente no tratamento de doenças mentais graves que afetam a população do município. Além de sua dedicação aos pacientes e à equipe do CAPS, Marcus também se destaca por sua presença online. Ele é o criador e proprietário do canal no YouTube "Enfermagem Esquematizada", onde compartilha seu conhecimento especializado de maneira clara e acessível. Seus vídeos informativos e educacionais têm ajudado inúmeros estudantes e profissionais da área de enfermagem a aprimorar suas habilidades e ampliar seus conhecimentos. Marcus Vinícius também é responsável pelos sites www.enfermagemesquematizada.com.br e www.abcdaenfermagem.com.br, que servem como plataformas abrangentes para recursos e informações valiosas na área de enfermagem. Essas iniciativas digitais demonstram seu compromisso em compartilhar conhecimento e promover o avanço da enfermagem como um todo. Com uma carreira repleta de realizações e um compromisso inabalável com a saúde mental, Marcus Vinícius continua a desempenhar um papel essencial na melhoria da qualidade de vida das pessoas em sua comunidade. Sua paixão pela enfermagem e sua dedicação inabalável aos cuidados com a saúde mental fazem dele um profissional exemplar e inspirador.

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