O desbridamento enzimático é um método semelhante ao desbridamento autolítico, pois também utiliza enzimas, mas, neste caso, são enzimas exógenas, ou seja, enzimas que são aplicadas externamente na ferida.
A escolha da enzima a ser utilizada deve ser feita com base no tipo de tecido presente na ferida e no pH da pele.
Como o desbridamento enzimático não é uma prática comum, é importante selecionar enzimas que atuem em diversos tipos de tecidos e em pHs variados.
A colagenase é outra enzima amplamente utilizada no desbridamento enzimático de feridas. Essa enzima é obtida a partir da bactéria Clostridium histolyticum e possui uma ação específica sobre as fibras de colágeno, que são as principais proteínas estruturais presentes na pele e tecidos conjuntivos.
No desbridamento enzimático com colagenase, essa enzima age de forma seletiva, direcionando sua ação apenas para as fibras de colágeno presentes no tecido necrótico ou não saudável da ferida.
Dessa forma, ela promove a quebra e a decomposição dessas fibras, facilitando a remoção do tecido danificado e contribuindo para uma limpeza eficaz da lesão.
Uma das principais vantagens da colagenase como agente de desbridamento é sua especificidade, ou seja, ela não danifica o tecido saudável ao redor da ferida.
Isso a torna uma opção segura para o tratamento de lesões, evitando danos adicionais ao tecido que precisa se regenerar.
A colagenase é mais efetiva em um pH entre 6 e 8, que é o pH normal da pele saudável. Por isso, o uso da enzima é particularmente adequado para ambientes que apresentam esse pH, como a pele humana.
Além de sua ação no desbridamento, a colagenase também pode contribuir indiretamente para a cicatrização, já que a remoção do tecido necrótico e não saudável facilita o processo de regeneração do tecido sadio e pode estimular a formação de novo tecido de granulação.
Assim como no caso da fibrinolisina, é essencial que a aplicação da colagenase seja realizada por profissionais de saúde especializados em tratamento de feridas.
O uso inadequado ou em excesso da enzima pode levar a efeitos indesejados ou a uma cicatrização prejudicada.
O desbridamento enzimático com colagenase é uma opção valiosa para o tratamento de feridas que apresentam tecido necrótico ou não saudável com predominância de fibras de colágeno.
Esse método pode contribuir para uma limpeza eficiente da ferida e favorecer uma cicatrização mais rápida e saudável.
Porém, cada caso deve ser avaliado individualmente por um profissional de saúde, para determinar a melhor abordagem terapêutica para cada paciente.
Outra enzima comumente utilizada é a fibrinolisina, que é obtida do plasma bovino e é específica para degradar a fibrina. Ela age em um pH de 7 a 8.
Essa enzima tem a capacidade específica de degradar a fibrina, uma proteína presente no sangue que forma coágulos e está envolvida na cicatrização de feridas.
A fibrina também pode estar presente em excesso em algumas feridas, formando uma camada espessa conhecida como tecido de granulação fibrinosa.
A aplicação da fibrinolisina no processo de desbridamento enzimático auxilia na quebra da fibrina em fragmentos menores, o que facilita sua remoção da ferida.
Essa ação enzimática permite limpar a ferida, promover a remoção de tecido necrótico e facilitar a regeneração de tecido saudável.
A enzima fibrinolisina é geralmente obtida a partir de fontes biológicas, como o plasma bovino.
Por ser específica para degradar a fibrina, ela não causa danos ao tecido saudável ao redor da ferida, tornando-se uma opção segura para o tratamento de feridas com acúmulo de fibrina.
É importante que a aplicação da fibrinolisina seja realizada por profissionais de saúde capacitados em tratamento de feridas, pois o uso inadequado ou excessivo da enzima pode causar irritações na pele ou não alcançar o efeito desejado na remoção da fibrina.
O desbridamento enzimático com fibrinolisina é uma opção valiosa para o tratamento de feridas com excesso de fibrina ou tecido de granulação fibrinosa. Essa técnica pode acelerar o processo de cicatrização, favorecendo a formação de uma nova pele saudável e minimizando os riscos de complicações.
No entanto, assim como qualquer procedimento médico, é importante que a escolha do desbridamento enzimático seja feita após avaliação criteriosa da ferida e com o acompanhamento adequado de um profissional de saúde.
No Brasil, a papaína é uma enzima muito utilizada para o desbridamento enzimático.
Ela é composta por 17 diferentes aminoácidos e por enzimas proteolíticas e peroxidases, e atua em um pH de 3 a 12, e em temperaturas entre 20º a 50º.
A papaína é encontrada em forma de pó, gel ou pasta. Quando usada em pó, deve ser diluída imediatamente antes da aplicação do curativo e age por 20 minutos.
Já em gel ou pasta, a ação é de 24 horas.
Em casos de escaras, pode ser utilizado o gel em concentração entre 10 a 15% e cobertas por filme transparente para manter a umidade, enquanto em casos de esfacelos, a concentração deve ser de 6 a 10%, com controle adequado do exsudato.
É importante ressaltar que as enzimas podem ser inativadas por agentes de limpeza, metais pesados e antibióticos, portanto, é fundamental evitar a aplicação dessas substâncias junto com o desbridamento enzimático.
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Em resumo, o desbridamento enzimático é uma técnica que utiliza enzimas externas para auxiliar na remoção de tecido necrótico de feridas.
A escolha da enzima apropriada é crucial para o sucesso do procedimento, e seu uso deve ser acompanhado e controlado por profissionais de saúde especializados em tratamento de feridas.
Essa abordagem pode ser uma excelente opção em determinadas situações, proporcionando uma cicatrização mais eficaz e saudável para o paciente.
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