Desbridamento autolítico – Você sabe o que é?

Você já ouviu falar sobre o desbridamento autolítico?

Esse é um método muito interessante e natural para ajudar as feridas a cicatrizarem de maneira mais saudável.

Vamos entender como funciona!

Quando sofremos um machucado ou uma ferida, nosso corpo entra em ação para se recuperar.

Uma parte importante do processo de cura envolve a remoção de tecido danificado ou morto da ferida.

Esse tecido é chamado de “tecido necrótico” e precisa ser retirado para que a pele possa se regenerar corretamente.

O que é desbridamento autolítico?

Desbridar é o ato de remover ou limpar tecidos mortos, danificados ou não saudáveis de uma ferida ou área lesionada.

Esse procedimento é realizado com o objetivo de promover uma cicatrização mais eficiente e saudável.

O tecido morto ou necrótico na ferida pode interferir no processo de cicatrização, favorecer o crescimento de bactérias e aumentar o risco de infecções.

O desbridamento autolítico é uma alternativa interessante para a cicatrização de feridas, principalmente em casos onde outros métodos mais invasivos podem não ser adequados.

No desbridamento autolítico, o próprio corpo é quem realiza esse trabalho.

Como ele faz isso?

De forma bem inteligente! O método consiste em criar um ambiente úmido e manter a temperatura em torno de 37ºC, que é a temperatura normal do nosso corpo.

Esse ambiente úmido estimula a ação de enzimas e células de defesa presentes na ferida, que começam a quebrar e digerir o tecido necrótico.

É como se o nosso próprio corpo tivesse “comendo” o tecido morto, permitindo que ele seja eliminado gradualmente.

Uma das grandes vantagens do desbridamento autolítico é que ele não causa dor!

Isso é ótimo para os pacientes, principalmente aqueles que não toleram procedimentos mais invasivos.

Além disso, o método é fácil de ser realizado, podendo ser feito com o uso de curativos especiais que mantêm o ambiente adequado na ferida.

Mas como nem tudo são flores, também precisamos saber que o desbridamento autolítico pode ser um pouco mais demorado do que outros métodos.

Por isso, ele é mais indicado para feridas com tecido necrótico em quantidade moderada.

Se a ferida estiver muito infectada, o desbridamento autolítico também não é a melhor opção, porque o ambiente úmido pode favorecer o crescimento de bactérias.

Vamos ver mais algumas informações importantes sobre o desbridamento autolítico:

Vantagens

1. Não causa dor, sendo bem tolerado pelos pacientes.
2. Método simples e fácil de ser realizado.
3. Estimula o próprio corpo a remover o tecido necrótico.
4. Preserva o tecido saudável, evitando danos desnecessários à ferida.

Desvantagens:

1. Pode ser mais lento que outros métodos de desbridamento.
2. Não é recomendado para feridas muito infectadas.
3. Alguns tipos de curativos podem causar mau cheiro ou vazamento na ferida, exigindo cuidados extras.

Indicações para o Desbridamento Autolítico:

• Úlceras de Pressão (aquelas feridas que aparecem em pessoas acamadas por muito tempo)
• Feridas Crônicas (feridas que não cicatrizam há muito tempo)
• Feridas com Tecido Necrótico Superficial (pequenas áreas de tecido morto)

Feridas que Não Podem Receber Desbridamento Autolítico:

• Feridas com Infecção Não Controlada.
• Feridas com Muito Tecido Necrótico e que precisam de remoção mais rápida.
• Feridas com Tecido Necrótico Profundo, como em queimaduras muito graves.

Exemplos de curativos com desbridamento autolítico

Existem vários tipos de curativos que podem auxiliar no processo de desbridamento autolítico, criando um ambiente úmido e propício para que o próprio corpo remova o tecido necrótico da ferida.

Alguns exemplos de curativos que promovem o desbridamento autolítico são:

1. Hidrogel: São curativos compostos principalmente de água, que ajudam a manter a ferida hidratada. Essa umidade favorece a atuação das enzimas naturais do corpo, auxiliando na remoção do tecido necrótico.
2. Hidrocolóide Extrafino: Esse tipo de curativo possui uma camada de gel que mantém a umidade da ferida, facilitando o desbridamento autolítico e a remoção do tecido necrótico.
3. Pasta Hidrocolóide: É uma variação do hidrocolóide em formato de pasta, que pode ser aplicada diretamente na ferida. A pasta ajuda a criar um ambiente úmido, promovendo o desbridamento autolítico.
4. Curativo de Hidrofibra: Esse curativo é feito de fibras de carboximetilcelulose sódica, que ao entrar em contato com o exsudato da ferida formam um gel, mantendo a umidade e estimulando o desbridamento autolítico.

Esses curativos ajudam a criar um ambiente propício para que as enzimas e células de defesa do nosso corpo atuem na remoção do tecido necrótico, promovendo uma cicatrização mais saudável.

É importante ressaltar que a escolha do curativo deve ser feita de acordo com a avaliação da ferida e o acompanhamento de um profissional de saúde especializado em tratamento de feridas.

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Conclusão

O desbridamento autolítico é uma opção muito interessante e segura para ajudar as feridas a cicatrizarem melhor.

Porém, cada caso é único, e é sempre importante contar com a orientação de um profissional de saúde para escolher o melhor método de desbridamento para cada paciente.

O importante é cuidar bem das feridas e promover uma cicatrização saudável!