O que deiscência de ferida operatória?
Deiscência pode ser definida como uma complicação pós operatória em que há a abertura espontânea de suturas da ferida operatória uma má cicatrização.
Ferida operatória é aquela causada por cirurgia através de objeto cortante, cuja cicatrização ocorre por primeira, segunda ou terceira intenção.
Geralmente a abertura da incisão cirúrgica pode ser total e parcial e ocorre após uma distensão abdominal acentuada ou grande esforço fazendo com que a sutura da ferida operatória se abra promovendo a saída de líquido ascético. Consequente há uma formação de hérnia local podendo ocorrer também a evisceração do conteúdo abdominal.
A ruptura da ferida operatória pode ser:
- Total;
- Parcial.
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Quais as causas da deiscência?
As causas da deiscência estão causadas pela má cicatrização aliada a um esforço excessivo ou distensão abdominal associado a um mais fatores como:
- Extremos de idade;
- Desnutrição;
- Infecção da ferida cirúrgica;
- Icterícia;
- Anemia;
- Diabetes;
- Insuficiência renal;
- Câncer em estágio avançado;
- Uso de medicamentos citostáticos;
- Uso de corticoesteroides;
- Fatores mecânicos como tosse, vômitos, obstrução intestinal e íleo paralítico – Por aumentar a pressão intra-abdominal.
Epidemiologia
Deiscência é uma emergência cirúrgica devido ao alto risco de evisceração, que comumente ocorre entre o quarto e o décimo quarto dia após a realização da cirurgia.
A deiscência total da ferida operatória em cirurgias abdominais associado á evisceração tem uma incidência de 0,5% a 6,8%. Desses pacientes, cerca de 10% a 35% evoluem para óbito.
Tratamento e Cuidados de Enfermagem
- Avaliação do sítio cirúrgico e exame físico da ferida periodicamente para avaliar evolução;
- Aplicar curativo do tipo fechado se há presença de secreções do tipo purulenta e sanguinolenta. Caso há presença de sangramento, é indicado o curativo compressivo;
- Avaliar o aspecto dos pontos cirúrgicos e a liberação da secreção;
- Auxiliar o paciente sobre a técnica correta de tosse – diminuir a pressão intra-abdominal durante o ato de tossir.
- Troca de curativo de acordo com a rotina hospitalar e equipe médica.
Referência Bibliográfica
KATO, Et Al. Suporte para pontos de segurança – Modelo MK vs. modelo convencional. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Curitiba, vol. 14, nº4. Disponível em >www.scielo.br<. Acesso em 31 de janeiro de 2018.
SILVA, Carolina Giordani; CROSSETTI, Maria da Graça Oliveira. Curativos para tratamento de feridas operatórias abdominais: uma revisão sistemática. Rev Gaúcha Enferm. Porto Alegre, v.33, nº 3 – Dez. 2012. Disponível em >www.scielo.br<. Acesso em 31 de janeiro de 2018.