A precaução de contato é um conjunto de medidas fundamentais utilizadas para prevenir a disseminação de doenças e infecções por meio de contato direto ou indireto, especialmente em casos de suspeita ou confirmação de doenças causadas por microrganismos multirresistentes.
Neste artigo, vamos explorar detalhadamente as práticas relacionadas à precaução de contato, incluindo a higienização das mãos, a importância do quarto privativo e a utilização adequada de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
O que é precaução de contato?
A precaução de contato é uma medida fundamental de controle de infecções usada no ambiente hospitalar para prevenir a disseminação de doenças causadas por patógenos que podem ser transmitidos por contato direto ou indireto com pessoas infectadas ou superfícies contaminadas.
Essa precaução é especialmente indicada em casos de suspeita ou confirmação de doenças causadas por microrganismos multirresistentes, ou seja, bactérias ou outros patógenos que desenvolveram resistência a múltiplos antibióticos.
Qual é o objetivo da Precaução de Contato?
O principal objetivo da precaução de contato é proteger tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde de infecções hospitalares e garantir um ambiente seguro para todos.
Ela é baseada em práticas e medidas específicas que visam evitar a disseminação dos patógenos causadores de doenças, principalmente aqueles que podem ser transmitidos através do contato direto com secreções, fluidos corporais, feridas ou lesões da pele, bem como o contato indireto com superfícies e objetos contaminados.
Alguns exemplos de doenças em que a precaução de contato é aplicada incluem infecções causadas por bactérias multirresistentes, como o Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) e o Enterococcus resistente à vancomicina (VRE), assim como a infecção por Clostridium difficile (C. difficile) e outras infecções de origem bacteriana, viral ou fúngica que apresentem alto potencial de transmissão por contato.
Quais são as principais medidas de precaução de contato?
Higienização rigorosa das mãos
A lavagem adequada das mãos é a base de qualquer precaução, incluindo a precaução de contato.
A higienização das mãos é a medida mais essencial em qualquer precaução, inclusive na precaução de contato.
Os profissionais de saúde devem seguir rigorosamente as diretrizes estabelecidas no protocolo institucional, observando os cinco momentos preconizados durante a assistência.
A higienização adequada das mãos é crucial para evitar a disseminação de microrganismos e garantir a segurança dos pacientes e da equipe médica
Uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
Isso inclui o uso de luvas, aventais e máscaras, que devem ser colocados antes do contato com o paciente e retirados corretamente após o uso.
O uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é imprescindível na precaução de contato.
Os profissionais devem utilizar luvas, avental e máscara durante toda a manipulação do paciente, cateteres, sondas, circuito e equipamento ventilatório, além de outras superfícies próximas ao leito.
É fundamental colocar os EPIs imediatamente antes do contato com o paciente ou as superfícies e retirá-los logo após o uso, seguido de higienização das mãos.
As luvas devem ser trocadas após o contato com material infectante e devem ser retiradas antes de deixar o ambiente, seguindo a higienização adequada das mãos.
Internação em quartos privativos
Sempre que possível, os pacientes em precaução de contato devem ser internados em quartos privativos, reduzindo assim o risco de transmissão a outros pacientes.
Limpeza e desinfecção rigorosas
Superfícies e objetos em contato com o paciente devem ser limpos e desinfetados regularmente para evitar a disseminação de patógenos.
A precaução de contato é uma parte essencial das práticas de controle de infecções em ambientes hospitalares e ajuda a minimizar o risco de infecções cruzadas e surtos hospitalares.
A sua implementação adequada é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar tanto dos pacientes quanto dos profissionais de saúde envolvidos na assistência médica.
Quarto Privativo ou Com Distância Adequada
Os pacientes sob precaução de contato devem ser internados em quartos privativos.
No entanto, quando isso não for possível, é necessário interná-los em quartos com pacientes que apresentem infecção pelo mesmo microrganismo, mantendo a distância entre os leitos de, pelo menos, um metro.
Além disso, é fundamental limitar o transporte do paciente para fora do quarto ao mínimo necessário, garantindo que as precauções sejam mantidas para reduzir o risco de transmissão para outros pacientes e a contaminação de superfícies ambientais ou equipamentos.
Utilização de Avental Limpo
O avental limpo é indicado quando se prevê um contato substancial com o paciente (por exemplo, pacientes incontinentes, diarreicos, com ileostomia, colostomia ou drenagem de ferida não contida por curativo), com superfícies ambientais ou itens do quarto.
O avental deve ser retirado antes de deixar o quarto do paciente.
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Quais doenças deve-se utilizar a precaução de contato?
A precaução de contato é geralmente recomendada para doenças que podem ser transmitidas por contato direto ou indireto com pessoas infectadas ou superfícies contaminadas.
Essa precaução é especialmente indicada em casos de suspeita ou confirmação de doenças causadas por microrganismos multirresistentes, ou seja, bactérias ou outros patógenos que desenvolveram resistência a múltiplos antibióticos.
Algumas das doenças para as quais a precaução de contato pode ser indicada incluem:
- Infecções causadas por bactérias multirresistentes, como Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) e Enterococcus resistente à vancomicina (VRE).
- Clostridium difficile (C. difficile): Uma infecção gastrointestinal causada pela bactéria Clostridium difficile. Essa doença é frequentemente associada ao uso de antibióticos de amplo espectro e pode ser transmitida através do contato com superfícies contaminadas com esporos de C. difficile.
- Enterobactérias produtoras de carbapenemase (CPE): Essas bactérias são resistentes a um grupo importante de antibióticos chamados carbapenêmicos. Exemplos incluem Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase (KPC) e Escherichia coli produtora de carbapenemase.
- Infecções por vírus multirresistentes: Em algumas situações, a precaução de contato pode ser recomendada para doenças virais que apresentam resistência a tratamentos antivirais específicos, como algumas infecções por herpesvírus.
- Infecções por fungos multirresistentes: Em ambientes hospitalares, infecções fúngicas causadas por fungos resistentes a tratamentos antifúngicos podem exigir a implementação da precaução de contato.
Outras infecções com alto potencial de transmissão por contato, como impetigo, escabiose (sarna) e infecções cutâneas altamente contagiosas.
Conclusão
A precaução de contato desempenha um papel crucial na prevenção da disseminação de doenças e infecções causadas por microrganismos multirresistentes.
A higienização das mãos, o uso de quartos privativos ou com distância adequada entre leitos, juntamente com a utilização correta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), incluindo luvas, aventais e máscaras, são práticas essenciais que protegem tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde.
Ao adotar essas medidas de forma rigorosa, é possível reduzir significativamente o risco de infecções cruzadas e garantir um ambiente hospitalar mais seguro e protegido contra a disseminação de doenças.